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terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Aprendendo com o Ano Novo de Israel

Diante de mais um ano novo, surge a pergunta: como os israelitas comemoravam essa data no Antigo Testamento? E podemos aprender alguma coisa com eles?

Estamos prestes a entrar em um novo ano. Embora as responsabilidades e os compromissos continuem, as primeiras duas semanas após o Natal geralmente nos levam a refletir sobre como foi o ano que passou, quais são algumas metas possíveis para o ano que se aproxima ou recém começou e quais comportamentos gostaríamos de adquirir ou nos livrar, entre outras coisas.

Ao contrário de outros feriados ou datas especiais, a comemoração da virada de ano não é uma invenção moderna. O próprio povo de Israel, no Antigo Testamento, comemorava a mudança de ano. De acordo com Êxodo 12.1 e outras passagens, o mês de nisã (também chamado de abibe) é o “primeiro mês do ano” (veja tb. Ester 3.7). Esse mês abrange os nossos meses de março e abril e corresponde ao começo da primavera no hemisfério norte.

Nesse primeiro mês, os israelitas celebravam a Páscoa, uma das festas anuais mais importantes, na qual eles lembravam do sacrifício substitutivo do cordeiro no Egito, um símbolo do futuro “Cordeiro pascal”, Jesus Cristo, que morreu no lugar deles e no nosso (1Coríntios 5.7; veja Êxodo 12).Poderíamos até brincar e dizer que o povo de Israel gostava tanto do ano novo que até mesmo o comemorava duas vezes, pois, além desse começo de ano na primavera – época propícia para um novo começo, não é mesmo? –, os israelitas aparentemente também “se orientavam pelo ano agrícola, que ia de outono a outono”.[1]

Poderíamos até brincar e dizer que o povo de Israel gostava tanto do ano novo que até mesmo o comemorava duas vezes.

O motivo desse segundo “ano novo” é explicado pela praticidade de se orientar pelo período da colheita. O teólogo John Davis explica: “Era conveniente a um povo dedicado à agricultura [como era Israel], começar o ano com as estações próprias para arar a terra, para as semeaduras, encerrando-o com as colheitas”.[2]

Essa segunda ocasião de uma “mudança de ano” caía no mês de tisri, o “sétimo mês” (veja Levítico 25.4,9). Nesse mês, os israelitas celebravam o Dia da Expiação, no qual os pecados do povo eram expiados (Levítico 16.29-34), outro símbolo da obra de Jesus Cristo na terra, que, “tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados… aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados” (Hebreus 10.12-14).

Acredito que podemos aprender muito com o modo como o povo de Israel comemorava a mudança de ano. Não importa qual data pegarmos, seja o primeiro ou o sétimo mês, seja a primavera ou o outono, Deus sempre estabeleceu perto delas uma festa na qual o sacrifício de Cristo – futuro para eles, passado para nós – podia ser refletido.

Além disso, a festa da Páscoa também era um momento no qual as pessoas eram chamadas a comer um cordeiro em família e, caso esta fosse pequena demais, deveria convidar seu vizinho para comer junto (veja Êxodo 12.3-4). Ou seja, tratava-se de um momento de íntima comunhão com familiares e amigos, da mesma forma como comemoramos o Ano-Novo atualmente.

Aprendamos com os israelitas e comemoremos este Ano-Novo ao lado de nossos familiares e amigos, refletindo sobre o sacrifício de Jesus Cristo por nós e na esperança de seu retorno. Maranata e feliz Ano-Novo!

Notas

  1. Duane A. Garrett, ed. ger., Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, trad. Claiton André Kunz, Eliseu Manoel dos Santos e Marcelo Smargiasse (São Paulo: Editora Vida, 2013), p. 241.
  2. John Davis, Novo Dicionário da Bíblia, trad. J. R. Carvalho Braga, ed. ampl. e atual. (São Paulo: Hagnos, 2005), p. 81.
  • Sebastian Steiger

    Sebastian Steiger (B.Th., Staatsunabhängige Theologische Hochschule Basel) é editor do Ministério Chamada no Brasil. Vive em Porto Alegre/RS com sua esposa, Débora.

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