Entenda a crise que levou à prisão 22 cristãos no país e os coloca sob severa perseguição religiosa.
Membro da América latina, a Nicarágua foi incluída na 61ª posição na Lista de Países em Observação de 2022 por apresentar um contexto de forte opressão aos cristãos. O documento é editado todos os anos pela Portas Abertas e norteia o trabalho da organização para ajuda sistemática aos cristãos perseguidos em mais de 60 países onde atua. Desde 2018 sob a gestão do presidente Ortega (foto), o governo faz prisões e proibições de eventos cristãos com recorrência sob alegação de “desestabilizar o Estado”. Por causa dos protestos de 2018, contra as reformas sociais do governo Ortega, vários pastores passaram a ser fortemente vigiados e receberam restrições de deslocamento dentro e fora do país.
O governo aprovou recentemente leis que impactaram as ONGs e centros de educação no país. Várias instituições cristãs foram interditadas por causa dessa lei. O Estado também aumentou a pressão contra os “inimigos do governo”. Ortega e sua esposa, Rosário Murillo, que ocupa o cargo de vice-presidente há dois mandatos, suspeitam de todas as pessoas ou organizações vinculadas aos protestos de 2018. Eles fecharam universidades, ONGs e outras instituições que em algum momento manifestaram a insatisfação com as políticas do casal.
Pastores vigiados
Muitos cristãos apoiaram as manifestações de 2018 contra ações do governo que eram incoerentes com o evangelho, consolaram os que perderam parentes nas manifestações e socorreram as vítimas feridas pelos polícias. Por isso, as igrejas estão muito prejudicadas e os líderes cristãos estão sob forte vigilância. Foram registrados casos de invasão e violência na casa de pastores. As famílias foram muito afetadas pelas falsas denúncias que pretendem limitar a liberdade dos pastores.
Desde 2021 foi registrada a prisão de 22 líderes cristãos. Todos estavam ministrando os cultos no momento da detenção e não tiveram direito a julgamento. Um líder cristão foi sequestrado e está desaparecido desde a semana passada, e 12 cristãos foram agredidos fisicamente por causa da perseguição.
Restrição às instituições cristãs
Regularizar as igrejas têm sido um verdadeiro desafio também. Novos documentos são exigidos quase mensalmente e há rumores de uma nova lei que pretende colocar todas as igrejas do país sob a fiscalização de um novo órgão de vigilância. O governo afirma que essa medida procura evitar ações ilegais das igrejas contra a população, mas as burocracias na verdade só têm cooperado para fechar e confiscar os bens de igrejas que funcionavam regularmente há anos.
O governo pressiona também a relação com países estrangeiros. É proibido que cidadãos e instituições nicaraguenses tenham qualquer tipo de interação com o exterior, inclusive financiamentos, pois o governo afirma que isso traz riscos à segurança nacional. Muitas igrejas e ONGS que contam com a ajuda de organizações internacionais foram fechadas por esse motivo. Nos últimos quatro anos, 1.268 ONGs foram fechadas.
“As mudanças que estão acontecendo rapidamente por causa das entidades do governo que têm sido enviadas pelo presidente para executar leis que penalizam e prendem pessoas suspeitas de oposição. ONGs cristãs que funcionavam havia anos no país foram fechadas e as igrejas enfrentam o desafio de manter os documentos atualizados, pois qualquer deslize resulta em igreja fechada e suspensão dos cultos”, comentou um pastor local.
Pedidos de oração
- Ore pelos pastores e líderes que vivem sob intensa pressão na Nicarágua, para que a paz que excede todo o entendimento revista o coração deles.
- Interceda pelas ONGs e instituições administradas pelos cristãos, para que em breve voltem a abrir e demonstrar o amor de Deus aos nicaraguenses.
- Rogue pelas autoridades do país, para que tenham o coração alcançado pela sabedoria de Deus e tomem as decisões corretas em favor do povo.
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