Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu and President Obama |
Presidente estaria por trás de grupo que defende estabelecimento da Palestina como nação
Uma empresa de consultoria composta quase totalmente por ex-funcionários da campanha de reeleição do presidente Obama foi contratada para trabalhar nas próximas eleições em Israel.
Seria um esforço para derrotar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, considerado radical por não aceitar a divisão do território e o reconhecimento da Palestina como uma nação independente. Agências de notícia israelenses apontam para Jeremy Bird, diretor da campanha de Obama de 2012, que agora coordena um grupo sem fins lucrativos chamado V15 [Vitória em 2015], que prepara terreno para a eleição do primeiro-ministro israelense deste ano.
Israel atravessa um momento político conturbado, com as eleições tendo sido antecipadas em dois anos, uma medida vista como tentativa de Netanyahu se consolidar no poder, defendendo medidas para estabelecer um Estado ainda mais judeu, combatendo com força os terroristas do Hezbollah e não cedendo às imposições da Autoridade Palestina.
Embora não defenda abertamente nenhum nome, a consultoria de Bird chamou atenção pelo fato de ele não ser judeu. Vitorioso com Obama nos EUA, sua atuação é vista com desconfiança já que campanhas políticas custam fortunas e ele trabalharia “de graça”.
Obama rejeitou o pedido de se encontrar com Netanyahu em Março, quando ele estava em Washington para uma reunião conjunta do Congresso. Oficialmente, a administração Obama afirma não querer influenciar as eleições israelenses. Ao mesmo tempo, a Casa Branca criticou o presidente da Câmara, John Boehner por ter convidado Netanyahu, acusando-o de “quebra de protocolo”.
O jornal israelense Haaretz afirma que o V15 planeja causar “uma virada eleitoral” nas eleições até Março. O diário procurou o fundador do V15, Nimrod Dweck, para saber qual o objetivo do seu grupo. Ele limitou-se a responder “é hora de mudar de rumo e dar esperança às pessoas”.
O V15 é apoiado pelo grupo americano-britânico “One Voice”, cujos escritórios em Tel Aviv ficam no mesmo endereço do V15. Uma visita ao site do One Voice mostra que a postura é pró-Palestina, defendendo a divisão de Israel em nome da paz na região. Caso obtenha sucesso nas eleições, o temor é que o V15 e o One Voice sirvam para abrir as portas para as reivindicações dos palestinos que exigem, entre outras coisas, a divisão de Jerusalém como capital dos dois países.
Segundo o diretor executivo do OneVoice Israel, Polly Bronstein, o grupo dirigido por ele e o V15 estabeleceram “270 estratégias para alavancar as técnicas de mobilização mais vanguardistas.” Parte da estratégia inclui uma campanha porta-a-porta, bem como o uso maciço das mídias sociais, elementos fundamentais na eleição de Obama.
O site cristão WND afirma que o escritório de campanha da V15 é composto por “dezenas de ex-funcionários da campanha de Obama”, com larga experiência em eleições. A Casa Branca não quis comentar as denúncias, mas sendo os Estados Unidos historicamente o grande defensor de Israel no campo político, chama atenção o fato de Obama fazer tamanho investimento indo na contramão do seu discurso como presidente.