No último artigo (Vendo com Outros Olhos) vimos como Paulo, ao perceber os frutos para o Reino advindos de sua prisão domiciliar em Roma, passou a encará-la com alegria. Nos versículos 19 a 26, ele deixa de enfatizar os frutos externos e passa a considerar de que forma seu sofrimento e possível execução o afetavam. Muito embora a maioria de nós nunca passe pelo perigo de uma execução por nossa fé, somente escaparão da morte física aqueles que estiverem vivos no retorno de nosso Senhor (1Tessalonicenses 4.15-17). Paulo, ao discorrer sobre sua possível morte, ensina-nos como podemos encarar esse evento. Os versículos 20 e 21 são particularmente reveladores:
“Aguardo ansiosamente e espero que em nada serei envergonhado. Ao contrário, com toda a determinação de sempre, também agora Cristo será engrandecido em meu corpo, quer pela vida, quer pela morte; porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.”
No texto, Paulo afirma que espera ser libertado (o que de fato ocorreu), mas não é aí que está sua esperança e alegria. No versículo acima ele declara que quer pela morte, quer pela vida, Jesus Cristo será engrandecido. Com uma perspectiva assim, realmente a morte perde todo seu “poder”, uma vez que, se minha vida aqui terminar, minha vida na presença do Pai começará. O famoso evangelista Billy Graham disse certa vez, demonstrando na prática essa verdade: “Um dia você vai ouvir que Billy Graham morreu. Não acredite nisso. Naquele dia, eu vou estar mais vivo do que nunca! Vou ter apenas mudado de endereço”.
Com uma perspectiva assim, realmente a morte perde todo seu “poder”, uma vez que, se minha vida aqui terminar, minha vida na presença do Pai começará.
Paulo vai ainda mais longe ao afirmar no versículo 23 que “desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor”. Esta é uma pergunta fundamental de nossa fé: cremos realmente que estar com Jesus é muito melhor que nossa vida aqui? Se realmente cremos, não temos por que temer a morte. Para Paulo, mesmo com essa perspectiva, havia mais um elemento a ser considerado, que era seu chamado, seu ministério. Ele conclui esse parágrafo afirmando que sua vida será preservada, para que a igreja seja edificada. Em outras palavras, seu tempo ainda não havia terminado. O contraste com o final de sua segunda carta a Timóteo é evidente. Em 2Timóteo 4.6-7 lemos:
“Eu já estou sendo derramado como uma oferta de bebida. Está próximo o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.”
Voltando a Filipenses, Paulo continua seu raciocínio afirmando que, para os Filipenses, não importava o resultado do julgamento. Eles também tinham um chamado, quer Paulo fosse levado ou libertado. Esse chamado é composto de três elementos: em primeiro lugar, eles eram chamados a manter um compromisso com o evangelho (v. 27), em segundo lugar, a preservar a unidade na igreja (v. 27) e, em terceiro lugar, eram chamados a proclamar com ousadia. Sua exortação final no capítulo afirma que parte de nosso chamado inclui sofrer pelo nome de Jesus.
Esta é uma pergunta fundamental de nossa fé: cremos realmente que estar com Jesus é muito melhor que nossa vida aqui?
Pessoalmente, oro para que nossa caminhada com Jesus fortaleça nossa mente e coração e, quando chegar o dia de partirmos, caso o Senhor não venha nos buscar antes, que eu e você possamos cantar com aquela irmã:
“Por tudo o que tens feito
Por tudo o que vais fazer
Por tuas promessas e tudo o que és
Eu quero te agradecer
Com todo o meu ser
Te agradeço, meu Senhor
Te agradeço, meu Senhor
Te agradeço, meu Senhor
Te agradeço, meu Senhor.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário