Já se passaram quase dois mil anos desde que a nação de Israel falhou em aceitar Jesus como seu Messias e Redentor.
Quem levaria ao mundo a mensagem da salvação enquanto Israel estivesse espiritualmente afastado dessa missão (Rm 11)?
Na eternidade passada, Deus determinou constituir uma nova entidade para realizar Sua obra durante esse intervalo de afastamento espiritual de Israel, a saber, a Igreja. A Igreja seria de âmbito internacional, composta de crentes em Cristo de origem judaica e de crentes em Cristo gentios de todas as partes do mundo (Ef 2.11-3.11). Ela nasceu no Dia de Pentecostes, dez dias depois da ascensão de Jesus ao céu (At 2; At 11.15).
Jesus deu ordens para que a Igreja pregue o Evangelho (i.e., “boas novas”) de Sua morte, sepultamento e ressurreição a todos os povos do mundo, e que faça discípulos de todas as nações (Mt 28.19-20; Mc 16.15). Agora, o alvo de Satanás é a Igreja.
Satanás, primeiro, tentou destruí-la fisicamente através da perseguição. Embora muitos crentes em Cristo, judeus e gentios, tenham perdido sua vida como mártires, a Igreja continuou a crescer e a se expandir em todo o Império Romano. Assim, no início do quarto século, Satanás chegou à conclusão de que não conseguiria destruir a Igreja fisicamente.
Então, Satanás passou a pervertê-la através de crenças e práticas contrárias ao que a Bíblia ensina. Ele utilizou dois meios para atingir seu objetivo: a união da Igreja com o Estado e a Teologia da Substituição.
Do ano 311 d.C. ao ano 380, o governo romano mudou de estratégia; em vez de tentar aniquilar o cristianismo, passou a adotá-lo como a única religião permitida, ou seja, a religião oficial do Estado. Por causa desse casamento da Igreja com o Estado, um número enorme de descrentes adentrou as igrejas, inundando-as com suas crenças e práticas pagãs.
Além disso, líderes da Igreja Gentílica se dedicaram ao estudo da filosofia grega e das concepções anti-semitas. Em menos de um século depois da morte dos apóstolos, líderes importantes da Igreja Gentílica conceberam a idéia de que Deus rejeitara permanentemente Israel e o substituíra pela Igreja porque a nação de Israel rejeitou a Jesus. Dessa forma, a Igreja passou a ser o “Israel de Deus”. Esse ponto de vista equivocado se denomina Teologia da Substituição.
A mistura de crenças e práticas pagãs com filosofia grega e anti-semitismo alterou radicalmente as já estruturadas eclesiologia (natureza e função da Igreja) e escatologia (a doutrina dos acontecimentos futuros) da Fé Cristã.
Líderes da Igreja Gentílica se dedicaram ao estudo da filosofia grega e das concepções anti-semitas.
Alterações na Eclesiologia:
Diante do fato de que as religiões pagãs e o povo de Israel tinham várias ordens sacerdotais, a igreja desenvolveu um sacerdócio, alterando a estrutura de liderança formada por presbíteros e pastores para uma liderança constituída de um sumo sacerdote no topo da escala hierárquica e diversos níveis sacerdotais subordinados.
E, uma vez que as religiões pagãs e o povo de Israel ofereciam continuamente sacrifícios de sangue, a igreja instituiu uma alteração no significado da Ceia do Senhor, mudando de um memorial da morte de Jesus (que é a concepção das Escrituras) para um contínuo sacrifício do Salvador.
Alterações na Escatologia:
A concepção original da Igreja era o quiliasmo (essa concepção atualmente se denomina Pré-Milenismo, que é defendida pelo nosso ministério). [N. do T.: quiliasmo vem da palavra grega chilias, “mil”, de onde se originaram os termos “milênio” e “milenarismo”. Hoje em dia, o termo quiliasmo é geralmente usado em sentido restrito para referir-se à crença de que Cristo voltará antes do Milênio]. O quiliasmo afirmava que o Messias um dia voltará e reinará politicamente na qualidade de Soberano do Reino Teocrático de Deus na Terra, durante o último período da história desta Terra atual.
Pelo fato de que essa também era a concepção na qual o antigo Israel cria, líderes anti-semitas da Igreja Gentílica a rejeitaram sob o pretexto de ser “opinião judaica”. Eles a substituíram por um novo conceito denominado Amilenismo. O ponto de vista amilenista assevera que não haverá um futuro Reino Teocrático de Deus na Terra governado pelo Messias. Pelo contrário, o Amilenismo afirma que o futuro Reino de Deus predito na Bíblia vem a ser a Igreja – um reino que, em vez de ser político, é inteiramente espiritual, estabelecido por Jesus na ocasião de Sua Primeira Vinda.
A Igreja Católica Romana, que adotou a Teologia da Substituição e o Amilenismo durante toda a Idade Média, reivindicou ser o Reino de Deus na Terra predito na Bíblia e, por conseguinte, acreditava que tinha o direito de impor suas crenças e diretrizes políticas sobre todos os povos. Baseada nisso, ela se tornou uma poderosa máquina religiosa e política que, por muitos séculos, dominou todos os aspectos da vida na Europa Ocidental, a ponto de tanto entronizar quanto destronar reis e imperadores, além de perseguir multidões incontáveis de judeus.
Os reformadores que protagonizaram a Reforma Protestante do século XVI romperam com a Igreja Católica Romana em várias áreas da eclesiologia e da doutrina. Eles enfatizaram as seguintes verdades do Novo Testamento: a justificação unicamente pela fé; o sacerdócio de cada crente em Cristo; e a Bíblia como autoridade única de fé e prática.
Contudo, no que diz respeito à escatologia, os reformadores rejeitaram o Quiliasmo (i.e., Pré-Milenismo) considerando-o como “opinião judaica” e sustentaram a concepção amilenista da Igreja Católica Romana.
Satanás Infecta o Protestantismo
O fundamento protestante, enfatizado no século XVI, da justificação unicamente pela fé, era uma ameaça para Satanás. Se as pessoas, em vez de confiarem em suas “boas obras”, viessem a depositar a sua fé exclusivamente em Jesus, passariam a ser genuínos crentes em Cristo e seriam transferidas do reino de Satanás para o Reino do Filho de Deus (Cl 1.13-14). De modo que o Protestantismo se tornou alvo do ataque de Satanás.
Primeiramente, Satanás tentou destruí-lo fisicamente por meio da perseguição. Muitos protestantes foram martirizados na Alemanha, França, Holanda, Inglaterra e na Escócia. Porém, quanto mais se perseguia o Protestantismo, mais rapidamente ele se propagava.
A negação da existência de Deus tem produzido mudanças radicais na sociedade, como a rejeição de valores morais absolutos.
Então, ao perceber que não conseguiria aniquilar o Protestantismo, Satanás tentou pervertê-lo através de crenças e práticas contrárias ao que a Bíblia ensina. Por vários séculos, Satanás usou uma série de movimentos intelectuais e filosofias que rejeitavam a Bíblia como o registro divinamente inspirado da Revelação de Deus ao homem, numa tentativa de solapar a fé bíblica de muitos protestantes.
Em conseqüência disso, no final do século XIX e começo do século XX, um percentual significativo do Protestantismo se corrompeu com crenças contrárias à Bíblia. Muitos passaram a negar a realidade da Queda e da natureza pecaminosa do ser humano; a inspiração divina e a autoridade da Bíblia; o nascimento virginal de Cristo; a divindade, a expiação substitutiva, a ressurreição corporal e a Segunda Vinda de Jesus Cristo.
Deus soberanamente contrabalançou tal perversão satânica com o avivamento Wesleyano do século XVIII, com o Grande Despertamento nas Colônias Americanas, com o Segundo Despertamento, com os avivamentos liderados por D. L. Moody, com o movimento dos institutos bíblicos, com a criação de organizações missionárias de fé, e com as conferências sobre a profecia bíblica.
Por volta do fim da Primeira Guerra Mundial, uma parcela considerável do Protestantismo rejeitava a revelação divina em todas as suas formas, revelação essa que é o único meio de se constatar a existência do Deus criador e soberano do universo. Satanás usou essa rejeição para lançar seu mais atual ataque nessa guerra contra Deus: a crescente negação da existência de Deus.
Essa negação tem produzido as seguintes mudanças radicais na sociedade: uma atitude de desespero quanto ao supremo significado e propósito da vida humana; a rejeição de valores morais absolutos, provocando um colapso da moralidade; o repúdio da verdade objetiva para toda a humanidade; a rejeição de um padrão objetivo que possibilite discernir entre o certo e o errado; uma redefinição do que vem a ser tolerância; um movimento feminista radical; e uma absoluta tendência de humanizar Jesus Cristo e divinizar o ser humano.
Ao que parece, Satanás está preparando o terreno para lançar a maior de todas as investidas na sua guerra contra Deus. (Renald E. Showers - Israel My Glory - http://www.beth-shalom.com.br)
Renald E. Showers é autor, professor e conferencista internacional a serviço de The Friends of Israel.
Então, ao perceber que não conseguiria aniquilar o Protestantismo, Satanás tentou pervertê-lo através de crenças e práticas contrárias ao que a Bíblia ensina. Por vários séculos, Satanás usou uma série de movimentos intelectuais e filosofias que rejeitavam a Bíblia como o registro divinamente inspirado da Revelação de Deus ao homem, numa tentativa de solapar a fé bíblica de muitos protestantes.
Em conseqüência disso, no final do século XIX e começo do século XX, um percentual significativo do Protestantismo se corrompeu com crenças contrárias à Bíblia. Muitos passaram a negar a realidade da Queda e da natureza pecaminosa do ser humano; a inspiração divina e a autoridade da Bíblia; o nascimento virginal de Cristo; a divindade, a expiação substitutiva, a ressurreição corporal e a Segunda Vinda de Jesus Cristo.
Deus soberanamente contrabalançou tal perversão satânica com o avivamento Wesleyano do século XVIII, com o Grande Despertamento nas Colônias Americanas, com o Segundo Despertamento, com os avivamentos liderados por D. L. Moody, com o movimento dos institutos bíblicos, com a criação de organizações missionárias de fé, e com as conferências sobre a profecia bíblica.
Por volta do fim da Primeira Guerra Mundial, uma parcela considerável do Protestantismo rejeitava a revelação divina em todas as suas formas, revelação essa que é o único meio de se constatar a existência do Deus criador e soberano do universo. Satanás usou essa rejeição para lançar seu mais atual ataque nessa guerra contra Deus: a crescente negação da existência de Deus.
Essa negação tem produzido as seguintes mudanças radicais na sociedade: uma atitude de desespero quanto ao supremo significado e propósito da vida humana; a rejeição de valores morais absolutos, provocando um colapso da moralidade; o repúdio da verdade objetiva para toda a humanidade; a rejeição de um padrão objetivo que possibilite discernir entre o certo e o errado; uma redefinição do que vem a ser tolerância; um movimento feminista radical; e uma absoluta tendência de humanizar Jesus Cristo e divinizar o ser humano.
Ao que parece, Satanás está preparando o terreno para lançar a maior de todas as investidas na sua guerra contra Deus. (Renald E. Showers - Israel My Glory - http://www.beth-shalom.com.br)
Renald E. Showers é autor, professor e conferencista internacional a serviço de The Friends of Israel.
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